Quem é Marcelino ULTRA?

Quem é Marcelino ULTRA?
- Cristiano Marcelino (36 anos) é Bombeiro Militar, Ultramaratonista, Professor de Educação Física graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Mestre em Ciências pela UFRJ. Casado com Nilce Marcelino (37 anos) e pai de Filipe Marcelino (9 anos).

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

217Km: Coração de Ultramaratonista tem comportamento de infarto

Caros amigos,
conforme combinado segue a 3ª reportagem de uma série 6 excelentes reportagens que o Portal IG fez sobre a Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km, que tive a honra de participar este ano, conforme postagem anterior.
Estou as reproduzindo aqui ao longo destes dias, uma por vez.
O link para a postagem principal está na área de saúde na página principal do IG. Minha foto foi escolhida para ilustrar a capa!
A terceira reportagem tem como título:
CORAÇÃO DE ULTRAMARATONISTA TEM COMPORTAMENTO DE INFARTO
Segue abaixo esta reportagem da série:

Mesmo assim, estudo do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal quer mostrar que as longas distâncias não são prejudiciais

Yara Achôa, iG São Paulo

Diretora médica do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) e corredora, Núbia Vieira está realizando uma pesquisa cujo objetivo é acompanhar o comportamento do coração dos atletas em provas de longas distâncias.
“As primeiras alterações sérias aparecem a partir de 50 quilômetros de prova”, diz.
São três os marcadores cardíacos analisados no estudo. O CPK indica morte ou sofrimento muscular. A CK-MB indica morte ou sofrimento muscular cardíaco. Por fim, a BNP indica disfunção do músculo do coração. Após uma ultramaratona os valores normais desses marcadores podem ficar entre 3 e 50 vezes maiores.
É preciso muito preparo: esforço eleva marcadores cardíacos

“Se o resultado do exame de sangue de um ultramaratonista for analisado por um cardiologista que não saiba que o paciente participou de uma prova de longa distância, o médico diagnosticará infarto agudo no miocárdio, com indicação de internação em UTI e intervenção com drogas para estabilização do quadro”, explica Núbia.

Mesmo assim a especialista não condena as provas de endurance. “Não é de uma hora para outra que você faz uma ultramaratona. Por isso, geralmente esses atletas estão bem preparados para essas atividades –  o que pode não acontecer em provas menores, quando as pessoas tendem a desprezar cuidados básicos por considerarem fácil”, diz a diretora médica do ICDF.

Após receber os resultados dos exames de sangue do médico João Gabbardo, que correu os 217 quilômetros da ultramaratona BR 135, ela se deparou também com uma informação importante: “Apesar de ser uma prova longa, a velocidade do atleta é menor. E com o coração batendo em uma frequência cardíaca menor, tem sobrecarga menor e menos sofrimento”.

A cardiologista diz ainda que nas maratonas, meia maratonas e provas menores o atleta costuma entrar em um clima de empolgação e imprime mais velocidade, geralmente maior do que está acostumado. “Sendo assim, sem preparo físico adequado, mesmo uma prova de 10 quilômetros pode ser fatal ao coração. A velocidade parece ser um pouco pior ao órgão do que a resistência”.

O estudo do ICDF continua em andamento, buscando entender que tipos de treinamentos e corridas seriam mais benéficos ao coração.

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

217Km: A BR135 não é para qualquer um

Caros amigos,
conforme combinado segue a 2ª reportagem de uma série 6 excelentes reportagens que o Portal IG fez sobre a Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km, que tive a honra de participar este ano, conforme postagem anterior.

Estou as reproduzindo aqui ao longo destes dias, uma por vez.

O link para a postagem principal está na área de saúde na página principal do IG. Minha foto foi escolhida para ilustrar a capa!
A segunda reportagem tem como título:
A BR135 NÃO É PARA QUALQUER UM
Segue abaixo esta reportagem da série:

A dificuldade vai além dos 217 quilômetros. É preciso preencher alguns requisitos para ser aceito

Yara Achôa, da Serra da Mantiqueira, especial para o iG

Daniel Meyer é corredor de montanha, maratonista e triatleta experiente: currículo aprovado para a BR135

Não basta querer e ter preparo físico para enfrentar os 217 quilômetros da Ultramaratona BR 135, na Serra da Mantiqueira. O atleta precisa ser convidado pela organização.

A seleção costuma ser feita no início do segundo semestre do ano. Veteranos de outras edições têm preferência. Aqueles que foram pacers (corredores que ficam ao lado do atleta inscrito, correndo junto e zelando por sua motivação e bem-estar) em outras edições da BR também têm seus currículos analisados de forma especial. E há vagas até para peregrinos que já fizeram o Caminho da Fé ou outros do gênero.

Antonio Hummel: peregrino do Caminho da Fé na Ultra BR135

Para os estreantes, é necessário comprovação de participação de três provas de 24 horas (tendo sido feito pelo menos 130 quilômetros em cada uma); ou ter terminado oficialmente pelo menos uma prova com mais de 160 quilômetros; ou ter terminado oficialmente pelo menos duas provas com mais de 80 quilômetros contínuos.
O candidato deve ter ainda anos de experiência em esportes de endurance como corridas de longas distâncias, corridas de aventura, triatlo, Ironman, ultraciclismo.
Uma maneira mais “fácil” de encarar a Ultra BR135 é formar duplas ou trios. No total, no máximo, são aceitos 100 atletas. É necessário ainda pagar uma taxa de inscrição no valor de 750 reais (brasileiros) e 750 dólares (estrangeiros).

Mesmo com toda essa peneira, com a dificuldade dos 217 quilômetros e com a incerteza sobre completar ou não a prova, a disputa pelas vagas da BR é grande. Quem não consegue por algum motivo, costuma insistir. Até finalmente conseguir cruzar a linha de chegada.

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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

217Km: O que acontece no corpo e na cabeça de um ultramaratonista?

Caros amigos,
o Portal IG fez uma série de reportagens sobre a Brazil 135 Ultramarathon, prova de 217 Km, que tive a honra de participar este ano, conforme postagem anterior.

É uma série de 6 excelentes reportagens, a que terei o prazer de reproduzí-las ao longo destes dias, uma por vez.

O link para a postagem principal está na área de saúde na página principal do IG. Minha foto foi escolhida para ilustrar a capa!
A primeira reportagem, que dá o nome a série é:
O QUE ACONTECE NO CORPO E NA CABEÇA DE UM ULTRAMARATONISTA?
Segue abaixo a 1ª reportagem da série:

Acompanhamos a Ultramaratona BR135 atrás das respostas de quem correu 217 quilômetros

Yara Achôa, de São João da Boa Vista (SP), especial para o iG

Dor, sacrifício, superação física e mental: rotina de um corredor de longas distâncias
A corrida muda a vida de muita gente. Alguns começam no esporte como uma evolução da caminhada ou para melhorar a qualidade de vida. Há ainda quem seja atraído pela superação de limites, pelos desafios. Geralmente iniciam com alguns metros, passam para um quilômetro, depois dois, cinco, dez... O progresso na distância e a mistura desses objetivos são naturais e logo fazem de você um corredor.
Foi assim com o empresário Mário Lacerda, 53 anos. Caminhante de longa data – já havia feito trilhas de peregrinação como o Caminho de Santiago de Compostela (na Espanha) e outros do gênero, como o Caminho da Fé (no Brasil) –, Lacerda se viu fascinado por uma corrida a partir de uma reportagem na televisão e resolveu dar alguns passos além. Só não imaginava que iria tão longe.
Na época Lacerda morava nos Estados Unidos e a corrida em questão era a ultramaratona Badwater: competição com 217 quilômetros disputados no deserto do Vale da Morte (EUA), considerada uma das mais duras do mundo, já que os atletas enfrentam temperaturas que chegam a 55º C e altitudes de até 3900m. Colocou na cabeça que iria participar da prova. “Até então eu não corria, só era bom em caminhada. Mas comecei a treinar. Corria meia milha, voltava meia milha. Passei a correr uma milha, depois voltar mais uma. Aos poucos fui avançando”, conta.
Ultramaratona BR 135: 217 quilômetros de superação pela Serra da Mantiqueira
Resultado: Mário Lacerda virou ultramaratonista. Participou da Badwater em 2005 (quando, por inexperiência, não conseguiu concluir a prova, pois a sola de seu tênis derreteu no deserto) e 2006. E inspirado pelo desafio vencido, tatuou a altimetria da prova na panturrilha esquerda e decidiu criar uma versão verde e amarela da corrida.
Assim nascia a Brazil 135 (ou BR135): a maior e mais difícil prova do Brasil, também com distância de 217 quilômetros, realizada na Serra da Mantiqueira, entre as cidades de São João da Boa Vista (SP) e Paraisópolis (MG), trecho mais difícil do Caminho da Fé.
De 21 a 23 de janeiro, a reportagem do iG Saúde acompanhou as 60 horas (tempo limite para a conclusão da prova) da sexta edição da BR. A ideia foi tentar entender o que se passa na cabeça, no corpo – e literalmente no coração – desses atletas que embora tenham fisionomias de homens e mulheres comuns, são ultraresistentes como os heróis.
Gente como a gente
A BR é uma prova única: difícil, sem dúvida, mas transformadora também. E reúne pessoas como o técnico de segurança José Servello, 62 anos, de Santo André (SP), recordista em participações na competição. “Quando eu era garoto, meu pai dizia: ‘corre, se não a fome te pega’. Comecei e não parei mais”, conta.
Mas Servello corre também dos médicos, com receio de que eles possam desestimulá-lo a continuar no esporte – dado o grande esforço que uma ultramaratona exige. ”Só vou ao ortopedista quando tenho de tratar alguma lesão”, diz. Mas e o coração? “Coração? Eu tenho isso?”, devolve, divertindo-se.
Em contrapartida, a reportagem encontrou o médico e ultramaratonista João Gabbardo, 55 anos, superintendente do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. Além de ter o check-up em dia, ele faz parte do grupo de pesquisa da médica Núbia Vieira, que avalia o coração de atletas de endurance. E resolveu acompanhar a jornada do corredor, registrando suas dores e emoções ao longo do caminho.
Companheirismo na largada da BR135: longas distâncias aproximam as pessoas
Preparo psicológico e apoio
Ainda na véspera da largada, durante o Congresso Técnico da BR135, entre informações para os atletas e explicações de logísticas para equipes de apoio, nossa equipe conversou com outros corredores que começaram a dar pistas de como enfrentar aquela “loucura”.
“Em uma prova como essa, o preparo psicológico é tão importante quanto o físico. Eu chego a fazer treinos de oito horas sozinha para me acostumar”, disse Débora Simas, 39 anos, gerente de uma lanchonete em Florianópolis. Ela, que é um dos grandes nomes da ultramaratona no Brasil, era a favorita entre as mulheres (e confirmou seu favoritismo, concluindo a BR135 em 33h49m).
Em meio aos brasileiros, também havia estrangeiros de países como Argentina, Austrália, Canadá, Costa Rica, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido.
Os americanos Anthony Portera, 39 anos, advogado; Chris Roman, 41 anos, médico; e Jarom Thurstom, 36, analista de sistemas, vieram dos Estados Unidos para fazer o Caminho da Fé e encaixaram a BR135 na programação para tornar a jornada mais emocionante.
Para Chris, experiente corredor, o maior desafio em provas de endurance é mental. “Bolhas, dores musculares, câimbra, cansaço, calor... Tudo faz você querer desistir. A cabeça é que faz continuar”. Como profissional da área médica, assim como nosso personagem João Gabbardo, ele diz que conhece bem os danos que uma prova como essa provoca ao corpo. E brinca: “Isso não parece ser muito esperto”.
Palavras de incentivo e apoio de amigos e familiares costumam agir como o maior dos repositores energéticos. A mulher de Chris, por exemplo, enviou uma pequena mensagem que emocionou e deu um incentivo extra a ele. “Vá, viva, sofra e cresça”, dizia o bilhete. “Isso me faz sentir vivo”, contou o médico americano.
Dores e delícias
A BR135 não é uma prova para qualquer um. Este ano, inscreveram-se 71 corredores; 57 estavam alinhados na largada; mas apenas 40 chegaram ao final.
Sorriso no rosto: a alegria também é marca registrada dos ultramaratonistas
Ao longo de 217 quilômetros muita coisa acontece: de hipertermia, desidratação e bolhas até alucinações e uma inesperada mordida de cachorro.
Além de preparo físico e determinação, esses ultramaratonistas têm algo que impressiona quem está de fora: um imenso sorriso no rosto que escancara a alegria da superação de limites. A tatuagem na perna do vencedor da BR135 deste ano, Kurt Lindermueller, alemão naturalizado costa-riquenho, de 50 anos, que completou a prova em 28h19m, parece resumir o espírito da coisa: “nunca vou me render”.
Ao falar de grandes distâncias, eles sorriem e minimizam as dificuldades. Chegam felizes, emocionados, cada um com sua motivação pessoal e sua história. Como se fazer mais de 200 quilômetros fosse ir ali, na esquina.

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Matéria: Passadas de Verão

Caros amigos,
segue abaixo o texto da Matéria em que colaborei para o Jornal GAZETA DO POVO, de Curitiba /PR.

A Matéria é sobre corrida na areia, fui entrevistado por ser o Diretor Geral do Circuito das Academias de Niterói, que possui uma de suas etapas com percurso na areia, a BEACH RUNNING, em Piratininga - Niterói / RJ.

Segue o texto:
Blogs > Fôlego
Enviado por Adriana Brum, 05/02/2011 às 00:00
A beira-mar é um convite irresistível a quem corre: toda aquela faixa de areia para percorrer, paisagem extremamente agradável, a brisa marítima de bônus ... E a areia! O solo fofo pode ser um aliado dos exercícios no verão, porque tem lá seus benefícios, mas também pode ser uma armadilha – mesmo aos corredores mais preparados.

Terrenos arenosos têm a vantagem de absorver melhor o impacto do corpo. Apesar de menos choque nas articulações, o piso pesado exige mais esforço muscular, facilitando o aparecimento de dor e le­­sões por estresse. Por isso as opiniões e estudos so­­bre a corrida na areia estão longe de ser consenso.

A triatleta e sócia da BPM Asses­­soria Esportiva, Vanessa Cabrini, cos­­­tuma recomendar algumas ati­­vidades na areia para seus corredores durante o verão, especialmente porque é um período do ano em que estão em uma espécie de “pré-temporada” do calendário de provas.

“Tem-se treinos qualitativos porque se pode focar no treino de fortalecimento muscular. O solo fofo também desafia a propriocepção [a capacidade de perceber o posicionamento do corpo no es­­paço]”, diz. Ela indica treinos in­­ter­­valados, fartleks (trotes alternado com velocidade), nada de longa duração.

Exatamente pela alteração da propriocepção é que o autor do li­­vro Corrida de Rua: uma abordagem fisiológica e metodológica e professor do cursos de pós-graduação da Uni­­versidade Gama Filho, Alexan­­dre Evangelista, desaconselha tal hábito. “Essa mudança causa so­­bre­­car­­gas excessivas”, fala.

Em comum, ambos afirmam que a areia não é indicada para quem está ensaiando as primeiras passadas em aceleração. É um tipo de solo mais desgastante, em que é necessário ter preparo físico e hábito de corrida prévios.

E, para um treino a contento, os tênis são indispensáveis para evitar bolhar ou outras machucaduras externas.

Saber tirar o melhor proveito de cada tipo de terreno também in­­fluencia um bom treino. Mais próximo ao mar, a areia está mais com­­pactada e pode-se imprimir uma velocidade semelhante à do asfalto, com as vantagens de maior gasto calórico e menor impacto.

O risco está em terrenos em de­­clive: o desalinho do solo reflete-se no corpo, forçando mais um lado do corpo do que outro. Re­­co­­men­da-se fazer treinos curtos nessas áreas, priorizando rotas de ida e vol­­ta, para que um lado do corpo não seja mais forçado do que o outro, evitando lesões nas articulações e no quadril.

“Quem corre no asfalto e tem de saber que vai ter um desgaste 30% maior na areia. Por isso tem de programar treinos de menor distância e menor velocidade do que na pista”, recomenda o Técnico da As­­ses­soria de Corrida CE+3 em Niterói (RJ), Cristiano de Abreu Marcelino, que promove competições de corrida na areia.

Não se deixe enganar pela brisa marítima: mesmo nas primeiras horas da manhã ou ao entarde­cer, o calor da estação causa maior perda de líquidos, que de­­vem ser repostos durante e depois dos treinos.

Os dois lados
Com opiniões bastante diferentes, dois espe­­cia­­­­listas em corrida fa­­lam sobre como tirar o me­­lhor proveito dos treinos na orla:

1) Alexandre Evangelista, autor do livro Corrida de Rua: uma abordagem fisiológica e meto­­do­­ló­­gica e professor do cursos de pós-gra­­duação da Universidade Gama Filho.
Correr na areia é bom?
Não. Para iniciantes, não é bom porque muda a propriocepção, ativa proprioceptores musculares e articulares, que transportam as vias de sinalização aos estímulos externos, ajudam a organização do corpo. Quando a propriocepção é alterada porque o terreno é irregular, há sobrecargas externas. Para quem quer diminuir tempo também não é bom. A areia aumenta muito o tempo de contato do pé com o solo, o que prejudica a produção de potência do corredor. No asfalto, o tempo de contato menor consegue uma passada mais rápida e transforma a energia química em contração muscular. Na areia, essa energia se dissipa em calor.
Em algum sentido correr nesse tipo de solo melhora o rendimento?
É bom para o atleta que quiser trabalhar resistência, anaeróbia. Mas há a sobrecarga das articulações, com mais chances de lesão. E muda a característica da pisada. Na areia, o pé todo entra em contato com o solo. Em corrida de rua, a pisada é da parte medial para frente do pé, mesmo para fundistas.

2) Cristiano de Abreu Marcelino, Técnico da Assessoria de Corrida CE+3 em Niterói (RJ) e promotor de provas de corrida na areia
Correr na areia é bom?
É ótimo para qualquer tipo de pessoa. Além de ser um treinamento de fortalecimento, é um estímulo ao treino pela paisagem. Pode-se elaborar treinos calçado ou descalço, conforme a preferência de cada um. Claro, sempre tendo a atenção à técnica da corrida e cada um dentro do seu nível de treinamento. Apesar de ser uma corrida mais difícil do que em pista, tem menos impacto.
Na areia mais batida, mais compacta, o impacto segue pequeno e tem-se menos esforço.
Que tipos de treino podem ser feitos à beira-mar?
A areia mais fofa é para treinos de força, que podem ser feitos não mais do que uma vez por semana, com uma série de tiros ou um intervalado. Até um circuito de exercícios, mas não um treino de rodagem, que será exaustivo demais. Para esses treinos, a areia dura, mais compacta, pró­­xima ao mar. Aí, o cuidado é com o desnível da praia. O ideal é procurar o terreno mais plano, mais próximo à restinga. A areia é mais desgastante do que o asfalto. Não se pode correr à beira-mar com o mesmo desempe­­nho de velocidade e ritmo que se faz na pista. A recuperação é mais lenta, exige tempo de descanso entre um treino e outro.

Mitos e verdades
Estudos sobre a prática de exercício em diferentes tipos de solo divergem em conclusões. Mas, na areia, há um quase consenso:
Verdade – correr na areia emagrece mais do que no asfalto.
– O gasto calórico à beira-mar é maior que na pista. Estima-se que uma hora em terreno plano consuma 600 kcal. Já em terreno irregular, o gasto é de 660 kcal.
Mentira – a areia causa menos impacto e, por isso, há menos risco de lesões no joelho.
– O solo provoca instabilidade e pode causar lesões.
Verdade – os treinos em solo fofo fortalecem a musculatura.
– Com o maior esforço para iniciar a passada, os músculos são mais exigidos.
Mentira – na areia, corre-se descalço.
– Tênis evitam queimaduras, bolhas e cortes nos pés.
Mentira – usar tornozeleira ajuda.
– O aparato tem, no fundo, mais efeito psicológico.
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